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Ocupação do Alemão, ano um

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Publicado originalmente no Rio Comicon.

Se é inegável que o Rio de Janeiro tem passado por um novo momento no que diz respeito à relação entre o morro e o asfalto, um momento decisivo para isto foi a ocupação da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, cujo início completa um ano na próxima sexta, 25 de novembro. Sem entrar em um discurso raso e maniqueísta, de vitória do bem contra o mal – são notórios os problemas que a ação teve, a começar pelos abusos e esculachos de policiais que roubaram dinheiro, televisão e outros objetos dos moradores, e que seguem com denúncias de exageros por parte dos militares, responsáveis desde o começo da ocupação pela segurança –, enfim o Estado vai se dedicando a regiões da cidade onde sempre esteve ausente, com exceção da polícia. E ainda tem muito o que fazer para levar dignidade à população das 13 favelas do complexo, estimada em mais de 65 mil habitantes, e, é claro, das demais, cujo total chega a 1.122, segundo o governo do Estado. Mas é um feito a ser destacado, pois o que vem sendo minado é um discurso que supervalorizava a capacidade e organização dos traficantes, como se eles fossem imbatíveis. Não são, e isto vem sendo demonstrado com o seguimento das pacificações, que demonstram também que o principal aliado do tráfico a ser combatido é a banda podre da polícia, esta sim, o que poderia se chamar de organizada.

Com a primeira efeméride da ocupação acima relatada, o jornal Extra, do Rio, publica nesta quinta, 24 de novembro, um reportagem especial em quadrinhos, com 16 páginas coloridas, recordando o que aconteceu. Com o título ”O fim – o dia em que a bandidagem do Rio perdeu a fama de valente”, a reportagem em quadrinhos tebe  roteiro final de João Arruda e desenho de Alan Alex, mas movimentou uma equipe de mais de dez pessoas. Aristides Dutra, mestre em Jornalismo em Quadrinhos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, participou como consultor do projeto. “Essa não é a primeira experiência do Extra com quadrinhos e jornalismo, e, a julgar pelo empenho da equipe, não será a última. Mas certamente foi, até agora, a de maior fôlego”, afirma Dutra. ”A ideia inicial era de fazer uma outra reportagem, sobre as milícias da Zona Oeste do Rio. Há uns dois ou três meses eles retomaram o contato, agora com essa ideia de fazer sobre um ano de pacificação da Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão. Eu fiz uma palestra para umas 20 pessoas do jornal sobre jornalismo em quadrinhos, falando de origens, evolução, exemplos recentes, diversidades de propostas, especificidades de produção. Foi uma ótima experiência.” (Por Bruno Dorigatti)

> Leia mais: . Jornalismo em quadrinhos nas favelas cariocas
. Cultura negra em quadrinhos

Abaixo, a capa da reportagem, que inverte o já histórico ponto de vista que acompanhamos pela televisão no dia da ocupação, filmado desde um helicóptero, e mostra as caras apavoradas dos bandidos em fuga.

Atualização: O Extra publicou em seu site um vídeo animado com a reportagem em quadrinhos publicada na edição desta quinta, cuja capa foi toda ilustrada como quadrinho. Assista abaixo ao vídeo e confira uma página da reportagem em quadrinhos.


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